segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Piracicaba não é só agosto

Agosto é mês de festa em Piracicaba e os festejos começam logo no primeiro dia, quando é celebrado seu aniversário. Conhecida como a Noiva da Colina, neste ano o município completa 249 anos de fundação e as comemorações ocorrerão por todos os cantos, desde a margem do rio até os bairros mais distantes.

E bota distância nisso! Piracicaba, símbolo da indústria canavieira brasileira, tornou-se uma enorme fazenda urbana. Nós, pobres caipiras, moradores de uma pacata cidade do interior, assistimos à transformação de nossos quintais em plantações de cana-de-açúcar.

À primeira vista, poderia parecer um grande emblema dos tempos em que vivemos: a cidade se vangloria de usar seus espaços para plantar um combustível renovável. Mas, não é mais bem assim, pois produzir etanol já foi uma alternativa dessa cidade que há muito perdeu sua originalidade interiorana.

A construção da Piracicaba urbana, que se fez tão notável nas ciências, nas artes, no esporte, na economia, e a nossa identidade piracicabana, ainda que insistamos em nos apegar a costumes caipiras, que hoje funcionam mais como um patrimônio imaterial, tornaram-se histórias que enobrecem o município. Mas, como cidade, somos uma referência maior por nossa economia diversificada, tanto pelo setor industrial, que foi berço da tecnologia que funcionou como grande motor propulsor do setor do açúcar e do álcool, fomentador de toda a cadeia sucroalcooleira que permitiu a pujança da qual hoje a Piracicaba usufrui, como também comercial, ao se dar ao luxo de ser uma das primeiras cidades do interior paulista a contar com um shopping center.

Ao superar a herança colonial, percebe-se que estamos aderindo à moda das grandes cidades e, se isso acontece, é porque os piracicabanos já têm outras opções, formando um leque muito variado, tanto para se consumir bens, como serviços e entretenimento.

Então, o que é Piracicaba hoje? É progresso. É moderna. E é, também, tudo o que sempre foi, mas sem tanto saudosismo, não porque isso é coisa do passado, mas porque a cidade, apesar de todo crescimento, possui condições de oferecer aos seus cidadãos uma qualidade de vida boa e, por que não dizer, acima da média.

Portanto, temos muito que comemorar, mas não apenas e tão somente em agosto. O mês é um símbolo da cidade, com grandes eventos sendo realizados em comemoração ao seu aniversário, e isso trazia glamour ao acontecimento. Mas esses 31 dias ficaram insuficientes à medida que o progresso a desenvolveu.

Hoje, Piracicaba é um acontecimento que dura 365 dias. É pujante o ano todo!

Foto de Marília Cury/Blog Jornalista na Estrada

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