O ano era
1991, mas parece que foi ontem. O impeachment era algo ainda não evidente, mas
seria iminente. Foi como um clássico entre Palmeiras e Corinthians, válido pelo
Campeonato Paulista daquela temporada, vencida pelo verdão, como quase sempre,
em que o jogador Neto (Corinthians), após ser expulso devido a uma falta
violenta em Cesar Sampaio (Palmeiras), disparou uma cusparada contra
o juiz.
O ato
polêmico do jogador corinthiano lhe rendeu uma suspensão das atividades
profissionais e o fim de uma breve passagem pela Seleção Brasileira, além de conduzi-lo
a um melancólico fim de carreira como futebolista. Fora isso, não teve
consequências maiores, mas o surpreendente fato de ter cuspindo no rosto do
árbitro provocou reações tão ou mais exacerbadas quanto as atuais cusparadas
têm gerado nas redes sociais, que não existiam naquela época.
Quem se
propôs a ler esse breve histórico deve estar se perguntando: o que, afinal, ele
quer dizer com isso? Bem, para ser sincero, quase nada, a não ser a lembrança
de que na época vivíamos os mesmos discursos moralistas de hoje. Ou seja, o
futebol pouco mudou e o homem muito menos. Portanto, não seriam os preceitos
morais que iriam evoluir, mesmo entendendo que esses valores são mutáveis e
determinados por períodos.
Não que
cuspir na cara do juiz um dia esteve na moda, mas é a moral que estabelece a
hierarquia dos valores que seguimos. Portanto, torço para que o juiz que
comanda a operação Lava-Jato não nos faça acreditar que cuspir na cara de um
juiz seja algo aceitável, mesmo ele já tendo escarrado na justiça do nosso
país.
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