A mais caipira das cervejas piracicabanas

Piracicaba vem ganhando cada vez mais cervejarias nos últimos anos, mas tem uma que se identifica muito com a cara e a cultura caipiracicabana da cidade.

Pois bem, apesar de minha caipirice, não vou fazer mistério e nem guardar segredo. Então vou logo dizendo que estou me referindo a mais nova birra artesanal da Noiva da Colina, que é a cerveja Peixe Para, um deleite tanto no sabor quanto nas nomenclaturas utilizados para definir os seus rótulos.

Com nomes dos mais sugestivos, daqueles que você só encontro no Dicionário do Dialeto Caipiracicabano – Arco, Tarco e Verva, do escritor Cecilio Elias Neto, a Peixe Para tem quatro deliciosos estilos e tão saborosos quanto as lembranças de infância ou de saudade de um tempo como era antigamente.

A Pilsen da Cervejaria Peixe Para virou a “Pirse” no magnífico rótulo criado pelo Peixe Pichado e em um genial jogo de palavras com duplo sentido, causando graça na ironia, além do principal, que é o sabor dessa puro malte de cevada, daquelas que te pega literalmente pela boca. “Cuidado para não se enroscar e ser fisgado. Essa é daquelas de que sabem fazer uma boa cerva”.

“Ipa Num Vortá”, não é bem uma IPA (meu estilo preferido) e sim uma Session Ipa, mas não tem como não se deixar levar por pela boia que arrasta o caipira pelo rio de sabores e aromas que caracterizam esse estilo e que estampa o rótulo.

O terceiro estilo dentre o receituário da cervejaria diz respeito a forma que na qual o caipira afirma que irá desistir, esquecer de algo ou de alguém, dizendo que vai largar mão de alguma coisa. Pois bem, “Largue mão” é a Hop Lager da marca.

Cerveja de baixa fermentação com lupulagem maior, o estilo dessa caipiracicabana apresenta um buquê magnífico. Neste caso, o cervejeiro largou mão de produzir uma Pilsen para turbinar a breja com um toque a mais de lúpulo.

Como resultado, “Largue mão” traz uma fragrância espetacular que inunda o paladar, dando vez aos sabores cítricos e florais, surtindo uma cerveja com mais personalidade.

Finalmente, temos a “APAmonha” não é feita de pamonha, muito menos de milho, mas nos traz a lembrança dos carros que gritam alto aquele famoso bordão e (ainda?) vendem as tradicionais pamonhas de Piracicaba pelas ruas de todo o interior do estado de São Paulo. “Venha provar, é uma delícia! Eu Garanto”.

Tanto quanto os rótulos, desenhados por artistas da cidade, a cervejaria também é decorada por eles, como o tatuador e ilustrador André Camargo, e o próprio dono Caio Truffi Polacow Sabbagh, fotógrafo nas horas vagas.

Caçula das cervejarias piracicabanas, a Peixe Para só não é 'brewpub' (termo usado para identificar os bares que fabricam a sua própria cerveja) e nem uma ‘taphouse’ (estabelecimentos que possuem várias torneiras de cerveja) porque esses termos não combinam com a marca.

Com quatro torneiras, a Cervejaria Peixe Para é onde os clientes podem ter a experiência de degustar cerveja caipira de verdade e que são produzidas pela própria casa. O espaço é autêntico, está localizado a Rua do Trabalho, 793, na Vila Independência e funciona de quarta a sexta-feira: 16h - 00h; Sábado: 11h - 00h; e Domingo: 11h - 18h.

https://www.instagram.com/cervejariapeixepara/