quinta-feira, 25 de junho de 2020

Cervejarias artesanais crescem 13 vezes no Brasil em 10 anos

Nos últimos 10 anos, número de cervejarias artesanais no Brasil saltou de 70 para quase 900
De acordo com dados de 2019 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), de 2008 a 2018 o número de cervejarias artesanais no Brasil saltou de 70 para quase 900. Juntas, elas faturam cerca de 2,4 bilhões de reais. São consideradas artesanais as cervejarias independentes ou microcervejarias, que não estão ligadas a grandes grupos.

Globalmente, essas pequenas notáveis também estão em alta. Segundo o relatório Global Craft Beer ­Market, em 2018 o segmento movimentou 38 bilhões de dólares no mundo todo e a expectativa é que ele cresça 14% ao ano até 2023.

Aqui no país, o processo que levou os brasileiros, conhecidos por preferirem cervejas mais leves, a cair no gosto das artesanais é recente. Além de mais acessíveis, uma das explicações para o aumento do interesse pelas artesanais é o fato de que os consumidores estão mais informados e exigentes, buscando produtos de melhor qualidade, menos industrializados e optando por ingredientes locais em detrimento de grandes produtores.
A Cervejaria Berggren de Nova Odessa/SP é uma das maiores e mais modernas microcervejaria do país
Com cerca de 14 bilhões de litros produzidos por ano, o Brasil é o terceiro maior mercado de cerveja do mundo, atrás apenas de China e Estados Unidos. O setor gigantesco é igualmente concentrado e está nas mãos de basicamente três empresas: Ambev, que lidera com 60% de participação, seguida por Heineken e Petrópolis, que detêm, respectivamente, 21% e 15% do segmento cada.

E elas já estão de olho no segmento artesanal. Só nos últimos seis anos, a Ambev lançou diversos rótulos voltados para públicos mais exigentes, como Beck’s, Corona e Skol Puro Malte, além de adquirir as cervejarias artesanais Colorado, de Ribeirão Preto, e Wäls, de Belo Horizonte.

A Heineken também está aumentando seu portfólio de artesanais. Em 2017, no mesmo ano em que adquiriu a Brasil Kirin (que possuía as marcas Baden ­Baden e Eisenbahn), a empresa também comprou a Lagunitas, cervejaria artesanal americana produtora do rótulo ao estilo IPA mais vendido do mundo. Desde então, a Lagunitas vem sendo produzida em Blumenau/SC.

O mercado de artesanais está amadurecendo e os consumidores estão experimentando mais. Portanto, a existência das cervejarias menores é vista com bons olhos pelos gigantes, para atrair mais público e contribuir com novidades para o setor, como sabores regionais, variações na graduação alcoólica e bebidas mais leves.

Além de ser uma chance de em­preender, esse mercado também tem gerado postos de trabalho. Em 2018, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), das 1.757 oportunidades geradas por cervejarias, 951 foram abertas em empresas de pequeno porte, o que corresponde a 54% da oferta de emprego.

Atualmente, no Brasil a participação das cervejarias artesanais responde por aproximadamente 2,5% do segmento. Já nos Estados Unidos, por exemplo, a participação das artesanais é de 13%. Isso porque o mercado de artesanais ainda guarda bastante potencial a ser explorado.


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