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Nos últimos 10 anos, número de cervejarias artesanais no Brasil saltou de 70 para quase 900 |
Globalmente,
essas pequenas notáveis também estão em alta. Segundo o relatório Global Craft
Beer Market, em 2018 o segmento movimentou 38 bilhões de dólares no mundo todo
e a expectativa é que ele cresça 14% ao ano até 2023.
Aqui no
país, o processo que levou os brasileiros, conhecidos por preferirem cervejas
mais leves, a cair no gosto das artesanais é recente. Além de mais acessíveis,
uma das explicações para o aumento do interesse pelas artesanais é o fato de
que os consumidores estão mais informados e exigentes, buscando produtos de
melhor qualidade, menos industrializados e optando por ingredientes locais em
detrimento de grandes produtores.
Com cerca de
14 bilhões de litros produzidos por ano, o Brasil é o terceiro maior mercado de
cerveja do mundo, atrás apenas de China e Estados Unidos. O setor gigantesco é
igualmente concentrado e está nas mãos de basicamente três empresas: Ambev,
que lidera com 60% de participação, seguida por Heineken e
Petrópolis, que detêm, respectivamente, 21% e 15% do segmento cada.
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A Cervejaria Berggren de Nova Odessa/SP é uma das maiores e mais modernas microcervejaria do país |
E elas já
estão de olho no segmento artesanal. Só nos últimos seis anos, a Ambev lançou
diversos rótulos voltados para públicos mais exigentes, como Beck’s, Corona e
Skol Puro Malte, além de adquirir as cervejarias artesanais Colorado, de
Ribeirão Preto, e Wäls, de Belo Horizonte.
A Heineken
também está aumentando seu portfólio de artesanais. Em 2017, no mesmo ano em
que adquiriu a Brasil Kirin (que possuía as marcas Baden Baden e Eisenbahn), a
empresa também comprou a Lagunitas, cervejaria artesanal americana produtora do
rótulo ao estilo IPA mais vendido do mundo. Desde então, a Lagunitas vem sendo
produzida em Blumenau/SC.
O mercado de
artesanais está amadurecendo e os consumidores estão experimentando mais.
Portanto, a existência das cervejarias menores é vista com bons olhos pelos
gigantes, para atrair mais público e contribuir com novidades para o setor,
como sabores regionais, variações na graduação alcoólica e bebidas mais leves.
Além de ser
uma chance de empreender, esse mercado também tem gerado postos de trabalho.
Em 2018, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged),
das 1.757 oportunidades geradas por cervejarias, 951 foram abertas em empresas
de pequeno porte, o que corresponde a 54% da oferta de emprego.
Atualmente,
no Brasil a participação das cervejarias artesanais responde por
aproximadamente 2,5% do segmento. Já nos Estados Unidos, por exemplo, a
participação das artesanais é de 13%. Isso porque o mercado de artesanais ainda
guarda bastante potencial a ser explorado.
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