Professor de teatro faz cerveja em casa

Márcio Abegão criou a Küd'Birra, a mais nova cerveja piracicabana

Reunir a turma para beber cerveja é quase uma regra entre amigos, tanto que o processo de produzir cerveja em casa também tem se tornado uma mania coletiva e compartilhada. Geralmente, as brassagens são momentos de confraternização entre os adeptos das produções caseiras, mas isso não é uma norma e tem gente que prefere fazer tudo sozinho, como se estivesse realizando um ritual, ou algo de fundo terapêutico.

Esse é o caso de Márcio Abegão, professor que tem se dedicado a produção cervejeira artesanal dentro de sua própria residência, com a panela elétrica na cozinha de casa, que é a forma como muitos cervejeiros, e porque não dizer cervejarias, começa a dar os primeiros passos. Um caminho longo e lento, mas prazeroso. Independente de conhecer todos os caminhos e as técnicas, explorar as possibilidades, refazer as receitas e aprendendo com os erros são etapas importantes do aprendizado.

Abegão está nessa fase e tem repetido a receita de sua American IPA, mas que talvez seja mesmo uma Session, a alternativa menos alcoólica e de amargor mais suave que a IPA, como o próprio autor define o produto de seu receituário.

Sem fugir a regra, a IPA se transformou na queridinha de todos aqueles que começam a fazer cerveja - não se sabe o porquê, mas esse estilo que é a IPA se tornou porta de entrada da maioria daqueles quem ingressam no universo cervejeiro.

A partir da aquisição de seu próprio equipamento, o cervejeiro tem a vantagem de não estar engessado ao processo, como é o caso de quem produz a partir da compra de um kit cervejeiro. No seu caso, se optar por produzir mais, ou menos, é fácil. Atualmente, sua produção é de 40 litros mês, o que dá cerca de 64 garrafas de 600ml.

Küd'Birra produz uma American IPA muito boa 

Mas o início dessa brincadeira não começou por puro prazer. Dispensando da escola em que lecionou por muitos anos, em Piracicaba, Abegão decidiu entrar no ramo de cervejas artesanais e se dedicar a uma área pouco conhecida pelo professor, a bebida.

“Acho que as coisas aconteceram rapidamente, pois mal comecei a produzir e logo apareceram compradores. Ainda acho cedo pensar em algo mais profissional, mas já estou aumentando a capacidade”, afirmou satisfeito com os primeiros resultados das vendas.

Com um espírito aberto ao empreendedorismo, encarou a demissão de forma muito natural e se mostra feliz por estar se ocupando com algo. “Ainda não desisti da profissão, mas, mesmo que conquiste uma recolocação profissional, pretendo continuar me dedicando a produção caseira, pois criei a atividade como forma de lazer, de distração, passatempo e que tem dado muito prazer”, afirmou. “Agora, caso a recolocação não apareça, vou exercer o hobby como profissão”, completou.

A empolgação é tanta que já criou seu próprio rótulo e batizou a marca com um nome bem sugestivo: “Küd’Birra”, ou seja, já tem pedigree alemão.

Na verdade, o Küd vem das iniciais de um termo alemão (Krieg Über Durst), que significa “Guerra contra a Sede”, na tradução literal do termo. Já a palavra Birra (cerveja em italiano) é uma homenagem a sua gata “Birrinha”, que é birrenta mesmo, e ilustra o rótulo em uma linda aquarela pintada pela professora e ilustradora Fernanda Provinciatto.

Mais original do que isso, só tentando pronunciar Küd’Birra com o sotaque caipiracicabano. Lembrando que a marca atende em suas redes sociais:
https://www.facebook.com/kudbirra/
https://www.instagram.com/kudbirra/