segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Minicervejaria produz com teoria e criatividade

Giovanni Casagrande Silvello é mestrando na Esalq/USP 
Apesar da pouca idade, aos 24 anos, Giovanni Casagrande Silvello já produziu mais de 20 receitas diferentes de cerveja. Isso, sem contar os muitos experimentos realizados no Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição da Esalq/USP, onde atualmente cursa o mestrado.

Utilizando matérias-primas exóticas e alguns processos inusitados, esse cervejeiro caseiro, instalado em Piracicaba/SP, vem criando um receituário muito pessoal e fabricando bebidas com estilo bastante próprio.

Instalada no quintal de sua casa, a minicervejaria conta com todos os equipamentos  necessários para a brassagem, como o moinho de malte, tanques para o cozimento, maturação, filtração e fermentação e um inusitado sistema de resfriamento. Além de acessórios para enchimento de barris e para envasar garrafas.

Produtos como melissa, mostarda, sementes de coentro, laranja kinkan, limão siciliano, mel e erva mate, entre outras especiarias, são comumente usados nas mais variadas receitas para encontrar novos sabores nos estilos já conhecidos.

“Testo e experimento tudo antes de misturar, para ver se os novos sabores, realmente, combinam e se harmonizam para não ter o risco de sofrer alguma reação indesejada”, explicou. “Dependendo da receita, ainda uso aveia e trigo não maltado. Também já surgiu a ideia de usar botânicos, como uma aquela fruta do gim, chamada zimbro”, completou.

Com capacidade de produzir até 90 litros de chopp, as instalações têm adaptações bastante engenhosas, como o método pensado para resfriar o mosto, após o processo de fervura, em que se aproveita a água da piscina, o que não deixa de ser um artifício de forte conceito ambiental.

“Utilizo um equipamento (chiller de placas de aço inoxidável) bastante comum para esse serviço, o diferencial é que uso uma bomba d’água que passa pela piscina, ou seja, não havendo perda, criei um artifício ecologicamente correto”, explicou.

Outro equipamento adaptado foi o fermentador. “Com a ajuda do meu pai, utilizamos um cooler para transforma-lo no recipiente de fermentação. Já a maturação é feita em recipientes fechados, que adaptados em baldes plásticos, que ficam em um freezer”, explicou.

Enfim, provei!
Para abrir a sessão de degustação, provei uma witbier, cerveja que tem como característica ser refrescante, o estilo provém da Bélgica, país onde Giovanni estagiou por um ano na Université Catholique de Louvain, instituição localizada na cidade Louvain-la-Neuve. Sua a versão dessa clássica bebida foi aprimorada com melissa e sementes de mostarda, com um ótimo resultado, com aroma bem leve, mas sabor bem marcante.

A próxima a ser degustada foi uma Session IPA, com lúpulo australiano. Como adoro cervejas amargas, costumo gostar da maioria das IPAs, de qualquer estilo, sejam elas pretas, brancas, session, imperial ou com frutas. Esse ingrediente do país dos cangurus deixou a cerveja com um sabor encorpado e pouco amargor, porém sem aquele buquê tão lupulado e marcante desse estilo. No paladar, o resultado foi inusitado. Ficou DELICIOSA!

Tendo em seu sobrenome a inspiração para a marca Gran Maison, o próprio Casagrande é quem cria o design dos rótulos. Futuramente, seu plano é abrir uma pequena cervejaria. “Ainda pretendo concluir o mestrado”, acrescentou o engenheiro agrônomo que iniciou sua produção há cinco anos, durante a na graduação do curso na Esalq/USP.
Marca Gran Maison já tem seu próprio rótulo

3 comentários:

  1. Uma das poucas artezanais que ja provei que nao fica aquele gosto amargo ruim na boca. Muito competente e produto de otima qualidade!

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