segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

O ano da cerveja artesanal

Os cinco estilos da cerveja Stella Alpina, do bairro de Santa Olímpia
Em 2016, enquanto o mundo celebrava os 500 anos da instalação da lei da pureza alemã - promulgada em 1516 e que impõe que a cerveja somente pode conter três ingredientes (malte, lúpulo e água) -, eu descobria a cerveja artesanal.

Esse também foi um ano em que se multiplicou a quantidade de cervejeiros em Piracicaba. Porém, quero deixar claro que estou me referindo às cervejarias artesanais e não às quatro microcervejarias instaladas na cidade - Cevada Pura, Dama Bier, Leuven e A Tutta Birra.

Cansados da cerveja fabricada pelas grandes indústrias, que contém cerca de 45% de xarope de milho em vez de cevada, os apreciadores agora procuram a bebida artesanal, que é apenas e simplesmente produzida com água, malte de cevada ou trigo e lúpulo, além de fermento, a qual tem conquistado os paladares mais exigentes.

Voltando à Alemanha, como a produção no país não era regulamentada, muitos produtores usavam ingredientes ilegais - daí é que vem a lei da pureza alemã. Coisa que no Brasil continua existindo com as cervejas de grandes marcas, que apresentam nos rótulos a informação de que a bebida possui, entre seus ingredientes, ‘cereais não maltados’.

Por aqui, o modismo de fabricar cerveja artesanal, de forma caseira, vem crescendo significativamente há uns quatros anos, mas parece que ganhou um fôlego em 2016, com o surgimento de grupos que atuam de maneira colaborativa para preparar e degustar a própria bebida. Há quem conte mais de 80 produtores na cidade, atualmente.

Lançada oficialmente em 2016, mais precisamente em abril, a cervejaria A Tutta Birra é a mais nova microcervejaria da cidade e produz quatro tipos de chope. O único que provei foi o Munich Helles, que utiliza apenas maltes e lúpulos alemães. Com 5,2% de teor alcoólico, é uma cerveja leve e refrescante. As demais são a Wheat (de trigo com capim-limão), Dark Lager (com cacau e açúcar mascavo) e American Strong Pale Ale.

Bairro tirolês produz a própria cerveja
Uma das mais novas cervejarias de Piracicaba é a Osteria Tirolesa, que produz a cerveja Stela Alpina. Logo que iniciou sua produção, conquistou uma das maiores comunidades trentinas do Brasil: o distrito de Santa Olímpia, tradicional bairro tiroleses da cidade, onde está instalada.

A produção teve início há pouco mais de dois anos e, atualmente, já são produzidas pouco mais de 400 garrafas ao mês, sendo fabricados cinco estilos de cerveja: Stout, Irish Red Ale, Pilsener, Weissbier e Munich Helles.

Thiago Forti, um dos responsáveis pela produção, informa que utiliza apenas os ingredientes estabelecidos pela lei da pureza alemã. Entretanto, com uma característica pouco comum: o uso da água de uma fonte local.

“Acredito que a água que temos aqui no bairro dê um sabor peculiar ao produto, o que influencia muito nas características das cervejas. Porém, para ter o total controle do que se extrair de cada cerveja, teríamos que controlar também todos os sais, o pH, coisa que não fazemos, pois preferimos ficar com a peculiaridade de cada brassagem”, afirma Thiago, que cuida da parte comercial e se diz cervejeiro aprendiz. O cervejeiro oficial é seu tio, Vladimir Degasperi.

O produto pode ser encontrado em dois estabelecimentos do bairro: a pizzaria Nonno Giotti e no Café Tirol.

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