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Flamingo do Salar do Atacama |
O Atacama está na moda neste mês de outubro como tema das
principais publicações de viagens e voltadas ao turismo que se encontra nas
bancas de revistas. Estive lá há alguns anos.
Agradam-m as regiões e as estações onde o céu está sempre
descoberto, em que a noite é sempre total, exibindo suas estrelas como
vagalumes errantes ao infinito. Assim é o Atacama, no Chile, um dos
maiores sítios de observação astronômica do mundo, onde esses
pirilampos cósmicos voltam diariamente no crepúsculo para iluminar esse canto
escuro do planeta e é por isso que a claridade das noites atacamenhas seduz a
todos os astrônomos que por lá insistem em instalar suas possantes lentes em
busca de constelações refugiadas no fundo dos desertos do espaço.
Devido à
total falta de chuvas, as condições de visibilidade são excepcionais, mas a
região do Atacama, localizada ao norte do Chile e na fronteira com a Bolívia,
não é só isso. O lugar é seco, lúgubre, tem aspecto de abandono, pobre e
envelhecido, suas ruas de terra são esburacadas e tudo é empoeirado, há aquelas
costumeiras inversões térmicas, que todos sabem como é em um deserto: quente
durante o dia e gelado a noite. Bom, na verdade estou me referindo ao povoado
de San Pedro de Atacama, um vilarejo de pouco mais de cinco mil habitantes que
fica a 100 quilômetros da cidade de Calama, onde aterrissei vindo de Santiago.
Mas,
afinal, o que estou fazendo aqui? É difícil não ter essa primeira impressão
quando se desembarca no deserto mais árido do mundo. Porém, é lindo! E o mais
incrível é ver beleza em tamanha desolação! Cercada de vulcões e de paisagens
impressionantes, ao desbravar a região você se depara com cenas
cinematográficas ou, porque não dizer, saídas de um filme de ficção científica.
Tanto que alguns dos locais mais visitados são denominados como Vales da Lua e
da Morte, este, um dos pontos mais admirados pelos turistas que visitam o
local. Nesses dois vales não há traço de vegetação algum e o deserto é
absoluto. Não há nada por lá, nem planta, bichos ou insetos.
Exuberante
e belo, o Vale da Morte é um dos locais onde o Planeta Terra reservou para
produzir sua arte tamanha e impressionante a quantidade de formas e esculturas
naturais ali existentes, onde ao visitar me referi a essa localidade como oásis
de cores e formas. Tem esse nome porque se confunde com o planeta Marte, devido
suas semelhanças com os registros marcianos.
Já o Vale
da Lua é o local do epílogo, onde os visitantes se dirigem no final da tarde
para assistir ao pôr do sol. Rodeado de Dunas, de diferentes tipos de areia e
sal, lembra Natal, mas sem nenhum vestígio de água por perto. Venta muito, a se
perder o chapéu, mas a vista compensa o calor.