segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Shakespeare ou ShakesPIRA? Eis a questão!

ShakesPIRA, de Paulo Caruso
Uma exposição paralela ao Salão de Humor de Piracicaba, em homenagem ao poeta e dramaturgo inglês Willian Shakespeare, celebra os 400 anos de sua morte (1616). Na mostra, cartuns e caricaturas inspiradas na vida e obra do autor, considerado um dos mais geniais de todos os tempos.

50 artistas gráficos conhecidos, brasileiros e estrangeiros, foram convidados para ilustrar a caricata figura de Shakespeare. Mas não é que um deles foi além e, embebido pelos ares caipiracicabanos, antropofagicamente o retratou, canibalizando a tela do ‘Caipira picando fumo’, de Almeida Júnior?

Ao criar o seu ShakesPIRA, como ele mesmo intitulou, Paulo Caruso deu ao seu Shakespeare o semblante caipira, confrontando toda a similaridade existente entre as figuras que representam cada um deles, e que os aproximam, com os aspectos que os tornam distantes e distintos: um escritor universal e estudioso da psique humana (não tem vírgula) e a simplicidade do regionalismo que o retratista nos possibilita perceber pela relação homem-terra.

Em seus traços, o caricaturista mistura as ideias do escritor inglês, que viveu nos séculos XVI e XVII, com as do pintor brasileiro da segunda metade do século XIX, combinando os conceitos culturais presentes tanto na bardolatria shakespeariana como na historiografia do rei de Brogodó, como o ituano era frequentemente aclamado.
Caipira picando fumo, de Almeida Júnior

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