terça-feira, 25 de outubro de 2016

O Atacama está na moda

Flamingo do Salar do Atacama
O Atacama está na moda neste mês de outubro como tema das principais publicações de viagens e voltadas ao turismo que se encontra nas bancas de revistas. Estive lá há alguns anos.

Agradam-m as regiões e as estações onde o céu está sempre descoberto, em que a noite é sempre total, exibindo suas estrelas como vagalumes errantes ao infinito. Assim é o Atacama, no Chile, um dos maiores sítios de observação astronômica do mundo, onde esses pirilampos cósmicos voltam diariamente no crepúsculo para iluminar esse canto escuro do planeta e é por isso que a claridade das noites atacamenhas seduz a todos os astrônomos que por lá insistem em instalar suas possantes lentes em busca de constelações refugiadas no fundo dos desertos do espaço.

Devido à total falta de chuvas, as condições de visibilidade são excepcionais, mas a região do Atacama, localizada ao norte do Chile e na fronteira com a Bolívia, não é só isso. O lugar é seco, lúgubre, tem aspecto de abandono, pobre e envelhecido, suas ruas de terra são esburacadas e tudo é empoeirado, há aquelas costumeiras inversões térmicas, que todos sabem como é em um deserto: quente durante o dia e gelado a noite. Bom, na verdade estou me referindo ao povoado de San Pedro de Atacama, um vilarejo de pouco mais de cinco mil habitantes que fica a 100 quilômetros da cidade de Calama, onde aterrissei vindo de Santiago.

Mas, afinal, o que estou fazendo aqui? É difícil não ter essa primeira impressão quando se desembarca no deserto mais árido do mundo. Porém, é lindo! E o mais incrível é ver beleza em tamanha desolação! Cercada de vulcões e de paisagens impressionantes, ao desbravar a região você se depara com cenas cinematográficas ou, porque não dizer, saídas de um filme de ficção científica. Tanto que alguns dos locais mais visitados são denominados como Vales da Lua e da Morte, este, um dos pontos mais admirados pelos turistas que visitam o local. Nesses dois vales não há traço de vegetação algum e o deserto é absoluto. Não há nada por lá, nem planta, bichos ou insetos.

Exuberante e belo, o Vale da Morte é um dos locais onde o Planeta Terra reservou para produzir sua arte tamanha e impressionante a quantidade de formas e esculturas naturais ali existentes, onde ao visitar me referi a essa localidade como oásis de cores e formas. Tem esse nome porque se confunde com o planeta Marte, devido suas semelhanças com os registros marcianos.

Já o Vale da Lua é o local do epílogo, onde os visitantes se dirigem no final da tarde para assistir ao pôr do sol. Rodeado de Dunas, de diferentes tipos de areia e sal, lembra Natal, mas sem nenhum vestígio de água por perto. Venta muito, a se perder o chapéu, mas a vista compensa o calor.

Em outros pontos há vegetação, lagos, doces e salgados, e muitos pássaros. É encantador. Mas, para conhecer o Atacama é necessário suportar o vento seco que sopra e enfrentar alguns dias de máxima serenidade desse fim de mundo. Porém, eu recomendo essa maravilha.

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